Economia

Banco Central eleva taxa básica de juros para 9,25%, a maior em mais de 4 anos banca.com

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu nesta quarta-feira (8/12) aumentar a taxa Selic (tarifa básica da economia e que regula os juros) em 1,5 ponto percentual, elevando o índice de 7,75% para 9,25% ao ano. A sétima alta consecutiva eleva o indicador ao maior patamar em pouco mais de quatro anos – em julho de 2017, a Selic estava em 10,25%.

O aumento de 7,25 pontos porcentuais em nove meses é o maior registrado desde o fim de 2002, quando a Selic subiu 7,5 pontos entre os meses de outubro de 2002 e janeiro de 2003.

A medida busca controlar a inflação, que já chegou no acumulado dos últimos 12 meses a 10,67%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro. O resultado era esperado pelo mercado financeiro, que se beneficia com o aumento; os juros mais altos tornam o mercado de renda fixa mais atraente, o que também contribui para valorizar o real em relação ao dólar.

A previsão dos analistas do mercado financeiro é que a taxa Selic continue subindo nos próximos meses. Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, afirma que a expectativa é que a primeira reunião de 2021 já venha com uma alta de ao menos 1,5 ponto percentuaal. Isto porque a inflação de 2022 já estará acima do teto e da meta estabelecida pelo Bacen.

“E vale destacar que o Banco Central também é o responsável por estimular o fomento da atividade econômica e do emprego, por isso acreditamos que a taxa alcançará facilmente 11% em março”, estipula o economista.

No comunicado, o Banco Central afirmou que considera que novos aumentos sejam inevitáveis nas próximas reuniões sobre o assunto: “O Copom considera que, diante do aumento de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário avance significativamente em território contracionista. O Comitê irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.”

André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, afirma que leitura do comunicado esconde um tom de preocupação com relação ao futuro: “A combinação de expectativas menos piores na margem, somado a perspectiva de queda da inflação em 12 meses já no primeiro trimestre de 2022 apontam que o mercado deve jogar ainda mais para baixo a parte longa da curva de juros. Mantemos nossa projeção de SELIC em 11,5% ao final do ciclo em maio do ano que vem.”, afirma.

Para a próxima reunião, o comunicado oficial do aumento da Selic já antevê um novo aumento. “O Comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude. O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas, e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária.”, informa.

Entenda como funciona

A cada 45 dias, o Copom reúne-se para decidir se a Selic deve ser alterada. A Selic é conhecida como a taxa básica de juros e é utilizada pelo BC para tentar conter a inflação – quando está alta, a Selic costuma ser elevada; quando a inflação está dentro do previsto, ela é reduzida.

Quando a tarifa aumenta, os juros acompanham seu valor. Isso deixa o custo de pagamentos no crédito mais caros, tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas, o que desestimula o consumo e ajuda a controlar os preços. Além disso, é importante perceber também que essa taxa é uma referência para a linha de qualquer crédito: empréstimos, financiamentos imobiliários e cartões.

Entre os meses de agosto de 2020 a março de 2021, a taxa permaneceu no menor patamar histórico (2% ao ano). Durante quatro reuniões do Copom, a Selic ficou inalterada até o aumento anunciado em março, que a elevou para 2,75%.

 

Em maio e nos meses seguintes a taxa sofreu aumentos consideráveis. Naquele mês a Selic chegou a 3,5% ao ano, um aumento de 0,75 pontos percentuais.

Nas outras reuniões, e com os aumentos registrados, a taxa chegou a 7,75% ao ano em outubro, patamar que já era o maior desde o registrado em 2017.   Metrópoles

 

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