Na manhã desta quinta-feira (1º/9), a Polícia Federal, com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou a Operação Anáfora para apurar favorecimento na contratação de cooperativa de trabalho pelo município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, por valores que, somados o contrato e seus aditivos, ultrapassam meio bilhão de reais (R$ 563.550.000) em pouco mais de dois anos.
Na ação, cerca de 130 policiais federais e servidores da CGU cumprem 27 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, nos municípios de Duque de Caxias, Maricá, Angra dos Reis, Mesquita, Niterói, Nova Iguaçu e na capital carioca.
Segundo a PF, a investigação, iniciada em janeiro deste ano, aponta que a cooperativa em questão pertence à estruturada e complexa organização criminosa que vem operando no Rio de Janeiro em um contexto de corrupção sistêmica, por meio de desvio de recursos públicos, em especial na área da saúde, há décadas.
Os mandados de busca e apreensão são executados em desfavor de pessoas físicas e jurídicas que ocupam diferentes funções no esquema, incluindo empresários, laranjas, operadores financeiros e prováveis líderes das quadrilha.
Anáfora
O nome da operação faz referência a uma figura de linguagem muito utilizada por escritores por meio da repetição de uma ou mais palavras no início de versos, orações ou períodos. Empregada na poesia e na música, a anáfora aumenta a expressividade da mensagem, enfatizando o sentido de termos repetidos consecutivamente.
Com relação ao trabalho conduzido pela PF, o que se identificou como característica acentuada da organização criminosa foi justamente a repetição do seu modo de atuar, ou seja, o emprego do mesmo modus operandi tanto na constituição de empresas geridas por interpostas pessoas quanto na forma de contratar com entes públicos. metrópoles.com