
Uma mulher, vítima de violência doméstica em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio,
ou o namorado, o policial militar Bruno Paixão.
Ela conta que os episódios de violência se intensificaram quando ele quebrou os móveis de casa, arrombou a porta do quarto do filho e partiu para cima dela.
“Quando eu vi que ele quebrou tudo do quarto do meu filho, tudo do meu quarto, aí eu falei: hoje ele me mata”, lembra.
Depois da agressão, na segunda-feira (26), ele desapareceu. Foi a gota d’ água de uma relação de 8 meses marcada pela brutalidade, e que quase tirou a vida da vítima em fevereiro.
Ela estava saindo do carro, depois de uma discussão e ele acelerou com o veículo e passou por cima da namorada.
“Eu estava na porta, quando eu estava falando com ele, ele não quis mais ouvir e ele acelerou. Quando eu não aguentei mais segurar na porta, eu caí e ele passou por cima de mim, quando ele sentiu como se fosse um quebra-molas, que ele sentiu e parou”, conta.
Foram sete dias na UTI, fisioterapia até hoje e a necessidade de uma cirurgia. Os ferimentos no corpo chocam e o estrago emocional é imensurável. Como toda a mulher vítima de violência, ela paralisa e dificulta a quebra do laço com o agressor.
Ela conta que não registrou queixa porque o namorado pediu para ela não fazer isso.
“Ele começou a chorar, pediu pra que eu não falasse porque senão ele ia ser preso, que me amava, que ele ia cuidar de mim, que isso nunca mais ia acontecer. A gente não casa para isso, a gente não quer isso, a gente quer que dê certo, a gente quer acreditar que vai mudar, a gente faz planos”, lembra a vítima.
Essa não é a primeira vítima de violência contra mulher do policial militar Bruno paixão. Em 2018, uma ex-companheira registrou boletim de ocorrência depois de ser agredida e ameaçada de morte por ele. Ocasião em que a Polícia Civil apreendeu uma arma do PM.
Arma, que segunda a vítima, ele está prestes a precuperar.
“Essa semana o advogado dele mandou uma carta dizendo que ele já poderia pegar a arma, que já estava disponível para ele”, conta acrescentando ainda que ele tem um revólver não registrado.
“Acho que a Justiça tem que parar ele, não tem que esperar alguém morrer. Dói muito, em todos os sentidos, você se olhar no espelho e ver que as marcas não vão sair mais do seu corpo, que os traumas que meu filho tem na cabeça também não vai esquecer, nem eu”, diz.
Fonte G1 RJ